No dia seguinte... só poucos de nós já sabíamos os poemas; na quarta-feira decidimos que, quem tinha conseguido fixar os poemas ia avançar para o treino da dicção e/ou gestos a introduzir e que os restantes fariam coro nos locais convenientes.
Assim, quinta-feira fizemos um evento no átrio da escola, só para os professores e da parte da tarde usámos o espaço da biblioteca para repetir os poemas para as turmas de 2º ano.
A professora iniciou com a leitura do poema "Quando as crianças brincam", de Fernando Pessoa:
Quando as crianças brincam E eu as oiço brincar, Qualquer coisa em minha alma Começa a se alegrar. E toda aquela infância Que não tive me vem, Numa onda de alegria Que não foi de ninguém. Se quem fui é enigma, E quem serei visão, Quem sou ao menos sinta Isto no coração. Em seguida, o Afonso dramatizou um excerto do poema de Sidónio Muralha, "A Paz": |
Um capacete de guerra tem um ar carrancudo.
Muito mais bela é uma flor.
Uma flor tem tudo
para falar de paz e de amor.
Mas se virarmos o capacete de guerra
ele será um vaso, e é bem capaz
de ter uma flor num pouco de terra
e falar de amor e de paz.
Muito mais bela é uma flor.
Uma flor tem tudo
para falar de paz e de amor.
Mas se virarmos o capacete de guerra
ele será um vaso, e é bem capaz
de ter uma flor num pouco de terra
e falar de amor e de paz.
A Inês Braz foi exímia na dicção de "Urgentemente", de Eugénio de Andrade:
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
é urgente destruir certas palavras.
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
É urgente um barco no mar.
é urgente destruir certas palavras.
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
O patriótico poema de Afonso Lopes Vieira, "Portugal", foi dito muito nervosamente pelo Rodrigo Trinchete:
Com o azul do mar,
Com o Sol sorrindo...
Portugal, terra do mar!
Portugal é lindo
Com pinhais e vinhas
Com o Sol sorrindo...
Portugal das andorinhas!
Portugal é lindo,
Com praias e montes,
Com o Sol sorrindo...
Portugal cheio de fontes!
Portugal é lindo,
Não há país igual,
Com o Sol sorrindo...
Viva o nosso Portugal!
Dos "Poemas da mentira e da verdade", de Luísa Ducla Soares, o Rafael encenou um excerto:
A mãe, se me vê
comer com a mão,
prega-me logo
uma lição.
comer com a mão,
prega-me logo
uma lição.
Então tentei
comer com o pé:
Tirei o sapato,
tirei a meia…
Ia levando uma tareia.
comer com o pé:
Tirei o sapato,
tirei a meia…
Ia levando uma tareia.
Mas amanhã
não ralham comigo
pois vou comer
pelo umbigo.
não ralham comigo
pois vou comer
pelo umbigo.
Enquanto toda a turma sussurrava o "Ai violeta!", a Inês Carvalho disse uma parte do poema "Doce história de uma violeta", de Matilde Rosa Araújo:
Meteu-se dentro da terra
Uma sementinha preta...
Ai violeta!
Dessa semente se ergueu
Uma haste devagarinho...
Ai violeta!
E pequenina nasceu
Uma folha redondinha...
Ai violeta!
Depois num abrir mansinho
Nasceu uma flor quase preta...
Ai violeta!
Uma sementinha preta...
Ai violeta!
Dessa semente se ergueu
Uma haste devagarinho...
Ai violeta!
E pequenina nasceu
Uma folha redondinha...
Ai violeta!
Depois num abrir mansinho
Nasceu uma flor quase preta...
Ai violeta!
Com a ajuda de um cartaz, os gémeos Lara e Marco disseram/leram o poema "Conversa", de João Pedro Mésseder:
- Dá-me a Lua, mãe, dá-me a Lua.
- Filho, a Lua está longe.
-Leva-me à nuvem mais alta.
- Filho, há nuvens nos sonhos.
- Mãe, dá-me um dia sem chuva.
- Filho, tem pena da terra.
- Leva-me ao cimo do monte.
- Filho, o caminho é de pedras.
- Mãe, dá-me aquela andorinha.
- Filho, não a queiras prender.
- Leva-me ao fim do mar.
- Filho, o mar não tem fim.
- Mãe. Eu queria uma estrada,
uma estrela e um cavalo.
- Filho, mas não te canses,
não te queimes, não te percas.
- Mãe, dá-me o negro do negro
que é a tinta dos teus olhos.
- Filho, os teus olhos são negros
como o negro dos meus olhos.
- Filho, a Lua está longe.
-Leva-me à nuvem mais alta.
- Filho, há nuvens nos sonhos.
- Mãe, dá-me um dia sem chuva.
- Filho, tem pena da terra.
- Leva-me ao cimo do monte.
- Filho, o caminho é de pedras.
- Mãe, dá-me aquela andorinha.
- Filho, não a queiras prender.
- Leva-me ao fim do mar.
- Filho, o mar não tem fim.
- Mãe. Eu queria uma estrada,
uma estrela e um cavalo.
- Filho, mas não te canses,
não te queimes, não te percas.
- Mãe, dá-me o negro do negro
que é a tinta dos teus olhos.
- Filho, os teus olhos são negros
como o negro dos meus olhos.
O Guilherme, para além de apresentar os seus colegas, também dramatizou o poema "Frutos", de Eugénio de Andrade:
Pêssegos, pêras, laranjas,
Morangos, cerejas, figos,
Maçãs, melão, melancia,
Ó música de meus sentidos,
Deixai-me agora falar
Do fruto que me fascina,
Pelo sabor, pela cor,
Pelo aroma das sílabas:Tangerina, tangerina.
Morangos, cerejas, figos,
Maçãs, melão, melancia,
Ó música de meus sentidos,
Deixai-me agora falar
Do fruto que me fascina,
Pelo sabor, pela cor,
Pelo aroma das sílabas:Tangerina, tangerina.
Finalmente, a Catarina e toda a turma levaram os ouvintes ao rubro com o poema "Jasmim", de Rosa Lobato faria:
Jasmim! Jasmim! Jasmim!
Queres morar no meu jardim?
Diz que sim! Diz que sim!
Queres que te leve o tufão?
Diz que não! Diz que não!
Queres que te colha a Inês?
Diz talvez! Diz talvez!
Jasmim! Jasmim! Jasmim!
Tens pétalas de cetim?
És branquinho e não carmim?
Tens aromas só para mim?
- Sim!
Queres morar no meu jardim?
Diz que sim! Diz que sim!
Queres que te leve o tufão?
Diz que não! Diz que não!
Queres que te colha a Inês?
Diz talvez! Diz talvez!
Jasmim! Jasmim! Jasmim!
Tens pétalas de cetim?
És branquinho e não carmim?
Tens aromas só para mim?
- Sim!
Nunca pensámos que fosse tão divertido aprender poemas e que os nossos colegas estivessem tão atentos a ouvir-nos... Muito obrigado a todos!...
Turma: 2ºB
Professora: Alexandra Subtil