sábado, 17 de março de 2012

POESIA - EVENTO

No início da semana da leitura, a nossa professora lançou-nos uma proposta: decorar poemas para um possível evento de poesia... Deu-nos um poema a cada um e... pensava que nós não íamos conseguir...
No dia seguinte... só poucos de nós já sabíamos os poemas; na quarta-feira decidimos que, quem tinha conseguido fixar os poemas ia avançar para o treino da dicção e/ou gestos a introduzir e que os restantes fariam coro nos locais convenientes.
Assim, quinta-feira fizemos um evento no átrio da escola, só para os professores e da parte da tarde usámos o espaço da biblioteca para repetir os poemas para as turmas de 2º ano.


A professora iniciou com a leitura do poema "Quando as crianças brincam", de Fernando Pessoa:

 
Quando as crianças brincam
E eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.
E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.
Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração.


Em seguida, o Afonso dramatizou um excerto do poema de Sidónio Muralha, "A Paz": 
Um capacete de guerra tem um ar carrancudo.
Muito mais bela é uma flor.
Uma flor tem tudo
para falar de paz e de amor.

Mas se virarmos o capacete de guerra
ele será um vaso, e é bem capaz
de ter uma flor num pouco de terra
e falar de amor e de paz.
 
 
 
 
A Inês Braz foi exímia na dicção de "Urgentemente", de Eugénio de Andrade:
 
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
é urgente destruir certas palavras.
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

O patriótico poema de Afonso Lopes Vieira, "Portugal", foi dito muito nervosamente pelo Rodrigo Trinchete:
Portugal é lindo
Com o azul do mar,
Com o Sol sorrindo...
Portugal, terra do mar!

Portugal é lindo
Com pinhais e vinhas
Com o Sol sorrindo...
Portugal das andorinhas!

Portugal é lindo,
Com praias e montes,
Com o Sol sorrindo...
Portugal cheio de fontes!

Portugal é lindo,
Não há país igual,
Com o Sol sorrindo...
Viva o nosso Portugal!


Dos "Poemas da mentira e da verdade", de Luísa Ducla Soares, o Rafael encenou um excerto:

A mãe, se me vê
comer com a mão,
prega-me logo
uma lição.
Então tentei
comer com o pé:
Tirei o sapato,
tirei a meia…
Ia levando uma tareia.
Mas amanhã
não ralham comigo
pois vou comer
pelo umbigo.



Enquanto toda a turma sussurrava o "Ai violeta!", a Inês Carvalho disse uma parte do poema "Doce história de uma violeta", de Matilde Rosa Araújo:

Meteu-se dentro da terra
Uma sementinha preta...
Ai violeta!

Dessa semente se ergueu
Uma haste devagarinho...
Ai violeta!

E pequenina nasceu
Uma folha redondinha...
Ai violeta!

Depois num abrir mansinho
Nasceu uma flor quase preta...
Ai violeta!


Com a ajuda de um cartaz, os gémeos Lara e Marco disseram/leram o poema "Conversa", de João Pedro Mésseder:

- Dá-me a Lua, mãe, dá-me a Lua.
- Filho, a Lua está longe.

-Leva-me à nuvem mais alta.
- Filho, há nuvens nos sonhos.

- Mãe, dá-me um dia sem chuva.
- Filho, tem pena da terra.

- Leva-me ao cimo do monte.
- Filho, o caminho é de pedras.

- Mãe, dá-me aquela andorinha.
- Filho, não a queiras prender.

- Leva-me ao fim do mar.
- Filho, o mar não tem fim.

- Mãe. Eu queria uma estrada,
uma estrela e um cavalo.

- Filho, mas não te canses,
não te queimes, não te percas.

- Mãe, dá-me o negro do negro
que é a tinta dos teus olhos.

- Filho, os teus olhos são negros
como o negro dos meus olhos.

O Guilherme, para além de apresentar os seus colegas, também dramatizou o poema "Frutos", de Eugénio de Andrade:

Pêssegos, pêras, laranjas,
Morangos, cerejas, figos,
Maçãs, melão, melancia,
Ó música de meus sentidos,
Deixai-me agora falar
Do fruto que me fascina,
Pelo sabor, pela cor,
Pelo aroma das sílabas:Tangerina, tangerina.      


Finalmente, a Catarina e toda a turma levaram os ouvintes  ao rubro com o poema "Jasmim", de Rosa Lobato faria:        
Jasmim! Jasmim! Jasmim!
Queres morar no meu jardim?
Diz que sim! Diz que sim!
Queres que te leve o tufão?
Diz que não! Diz que não!
Queres que te colha a Inês?
Diz talvez! Diz talvez!

Jasmim! Jasmim! Jasmim!
Tens pétalas de cetim?
És branquinho e não carmim?
Tens aromas só para mim?

- Sim!
Nunca pensámos que fosse tão divertido aprender poemas e que os nossos colegas estivessem tão atentos a ouvir-nos... Muito obrigado a todos!...

Turma: 2ºB
Professora: Alexandra Subtil